A vela de ignição consiste em um dispositivo elétrico localizado na cabeça do cilindro do motor. Sua principal função é emitir energia para a câmara de combustão, convertendo-a em faísca, provocando assim, a queima da mistura ar/combustível.
A maior parte dos carros nacionais possuem quatro velas, uma para cada pistão e, geralmente, o tipo de vela varia de acordo com o modelo do veículo.
Em um sistema de ignição, isso é essencial para que essa queima do combustível ocorra de maneira correta e não haja desperdício de combustível e excesso de emissão de gases.
Alguns defeitos comuns nos veículos são ocasionados por falhas de ignição, entre eles pode-se destacar: dificuldade na partida do veículo; alto consumo de combustível; irregularidades no funcionamento; falhas durante retomadas; e aumento dos níveis de emissões de poluentes.
Muitas vezes, quando a falha de ignição está no início, ela não é percebida pelo usuário do veículo. Isto ocorre somente em retomadas de aceleração ou cargas parciais, mas a partir do momento que passa a ser perceptível, é um sinal que está ocorrendo há algum tempo. Estas falhas de ignição são muito danosas ao catalisador do veículo já que o contaminam com combustível não queimado.
Devido à grande pressão, elas desgastam-se com o tempo e mesmo que apenas uma das quatro velas esteja danificada, alguns sinais de falhas podem ser notados
Com o desgaste, ocorre um arredondamento dos eletrodos, aumentando sua folga. Isto pode causar o aumento da tensão necessária para que ocorra a centelha, o que danificará vários componentes do sistema de ignição como rotor, tampa de distribuidor, cabos de ignição e até mesmo no transformador (bobina de ignição). Uma vela nova possui cantos vivos, que proporcionam um efeito de pontas, aumentando a ignibilidade (facilidade em saltar a centelha da vela)
A falha mais comum decorrente da falta de manutenção é o “flash over”, que ocorre quando há desgaste acentuado, uma condição de mistura ar/combustível muito pobre ou ainda a utilização do veículo com o ponto desregulado, ou seja, muito atrasado, ficando difícil ocorrer a centelha dentro da câmara de combustão. Nesta situação a centelha pode ocorrer entre o pino terminal da vela e o castelo metálico.
O flash over provoca uma marca característica na vela de ignição. Quando ele ocorre o reparador também deve substituir o cabo de ignição simultaneamente. Como as duas peças trabalham em conjunto quando uma sofre o flash over a outra peça também é danificada.
Caso o reparador substitua somente a vela ou o cabo, as falhas podem cessar, porém, após algum tempo a peça antiga irá danificar a peça nova e as falhas retornam. Somente após a substituição do conjunto vela e cabo de ignição o problema é eliminado.
Outra vantagem de removermos as velas é que através da análise visual podemos ter uma boa noção das condições internas da câmara de combustão.
Para evitar problemas precoces com as velas de ignição é preciso tomar alguns cuidados:
– Não utilize combustível de má qualidade, pois as velas podem superaquecer;
– Verifique o estado das velas, se estiverem cobertas de resíduos de carvão, significa que carbonizaram;
– Faça a limpeza dos bicos injetores e filtro de ar;
– Verifique se a injeção eletrônica está funcionando corretamente;
– Faça a revisão do sistema de ignição a cada 10 ou 15 mil quilômetros;
– Verifique o tipo e prazo de troca das velas no manual do proprietário.
Um tamanho de rosca menor que o especificado pelo fabricante também pode fazer com que a vela efetue uma queima totalmente inadequada da mistura e gerar sedimentação na rosca exposta do cabeçote.
Por fim, uma vela mal assentada (enroscamento) pode provocar perda de compressão. O assentamento pode ser cônico ou por arruela. Na hora de substituir, deve-se seguir as especificações do fabricante e com importante verificação do grau térmico indicado no corpo da vela. Fora das especificações, a vela pode gerar queima inadequada, superaquecer e até perder o eletrodo-massa.
Alguns cuidados adicionais durante a instalação da vela que o reparador deve sempre se lembrar é de usar a ferramenta correta e em bom estado e evitar a inclinação da chave durante o manuseio, pois, ao contrário pode provocar trincas no isolador da vela nova, que nem sempre são visíveis.
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