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Sistema Start-Stop

Imagine estar parado no semáforo e de repente o motor do carro desliga. Você pode pensar que há algo errado, mas nos automóveis com o sistema start-stop isso é comum. O recurso foi desenvolvido para desligar o motor quando o condutor pisa no freio e faz pequenas paradas. Para religar, basta tirar o pé do freio ou acionar a embreagem (no caso dos carros com câmbio manual).

A chegada dessa tecnologia está exigindo algumas mudanças nas oficinas. A popularização desse sistema, que busca economizar combustível (que segundo estudos podem variar de 5 a 20% nas condições de uso urbano) e diminuir as emissões de poluentes, traz novos desafios para os mecânicos e eletricistas automotivos.

A princípio, essa solução — que estreou nos modelos nacionais em 2014, na segunda geração do Fiat Uno — até parece bem simples. Mas não é!

A bateria, o alternador e o motor de partida dos veículos com start-stop foram reforçados para aguentar as partidas e paradas constantes. “É uma bateria bem mais potente com capacidade maior que essas baterias convencionais”.

Alguns veículos vêm com um motor de arranque normal para dar partida, enquanto o carro está parado e um outro usado para realizar partidas mais rápidas.

Breve história da tecnologia

A primeira marca a apresentar a novidade foi a Toyota, em 1974. Seu grande sedan, o Crown, ganhou um sistema que desligava e ligava o motor de uma forma automática a cada parada. Esses pioneiros enfrentaram vários problemas. A maioria dos carros ainda era equipada com carburador (o que sempre dificulta as partidas), as baterias eram mais limitadas e a tecnologia da época usou o conceito tradicional de alternador e motor de partida, com poucas mudanças em relação aos modelos comuns.

A tecnologia start-stop se reinventou em 2004, quando a Citroën apresentou uma versão do C3 que usava um novo alternador. O equipamento era capaz de ligar o motor e também recarregar as baterias. Atualmente, essa é a solução mais usada em todo o mundo e a mais provável de aparecer na sua oficina.

Essa evolução, porém, vem trazendo alguns desafios tanto para os motoristas quanto para quem trabalha na manutenção desses carros. A seguir, vamos apresentar alguns pontos importantes que você deve ficar sempre atento. Continue com a gente!

Depois dessa rápida volta ao passado, vamos à prática! Confira alguns dos principais problemas encontrados pelos mecânicos quando recebem um carro equipado com start-stop.

Checagem de falhas

Para funcionar direito, um modelo com start-stop exige uma manutenção mais frequente e bem executada. Fique muito atento ao estado do tensionador e correia do alternador, filtros de combustível e bicos injetores, bateria, bobina, cabos e velas. Cuide também falhas nos sensores da injeção eletrônica.

Escolha das peças

Outro ponto muito importante para os veículos com start-stop é usar apenas componentes de qualidade e seguir exatamente as especificações dos fabricantes. Não adianta improvisar para tentar fazer economia, principalmente em itens como correia, tensionador, bateria ou velas. Sempre dá problema!

Cuidados na manutenção

Se você deixa o veículo sempre em ordem, a presença do sistema start-stop não costuma ser um problema. Apenas é preciso redobrar o cuidado com alguns elementos fundamentais e fazer uma manutenção preventiva caprichada para garantir que a partida seja sempre fácil e não deixe você pelo caminho.

Sistema de ignição

É um dos pontos mais exigidos, principalmente as velas, cabos e bobinas. Realize uma checagem mais frequente, conferindo o estado das peças a cada 10 mil quilômetros. Dessa forma, é possível garantir que tudo esteja sempre em ordem.

Sistema de injeção

Os injetores também podem sofrer com as partidas frequentes. Não há grande mistério, mas é fundamental fazer uma manutenção preventiva detalhada. Fique atento a cada componente, inclusive os filtros, mangueiras e regulador de pressão.

Sistema elétrico

As partidas constantes também geram um grande impacto na bateria. Para contornar esse problema, as montadoras têm optado por modelos bem potentes e também mais caros. Veículos sofisticados, como o importado Volvo S60, até saem de fábrica com duas baterias. Sempre avalie essa parte com muita atenção.

Em complemento, o alternador é o “coração” da maioria dos sistemas modernos de start-stop. Ao unir as funções de partida e carregamento da bateria, esse item é muito mais sofisticado e exigido do que um modelo comum. Qualquer manutenção precisa ser feita por um especialista, com o uso das ferramentas certas e peças de qualidade.

Sistema de acionamento

Por último, fique sempre de olho em todo o sistema de acionamento: correia, polias e tensionadores. Nos veículos comuns essas peças costumam seguir funcionando, mesmo quando estão com um desgaste excessivo. Em modelos com start-stop, como o esforço é muito maior, isso não costuma acontecer e você pode acabar ficando a pé.

Como você notou, a tecnologia start-stop não tem nenhum mistério, mas o mecânico precisa ficar muito mais atento aos detalhes, usar peças e ferramentas adequadas e orientar os clientes sobre a importância da manutenção preventiva. Cada vez mais, os veículos novos exigem um enfoque profissional das oficinas e um maior cuidado dos donos. Fazendo tudo da maneira correta, não aparecem surpresas desagradáveis e todos ficam satisfeitos!

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